DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA: O QUE É?
DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA: QUANDO O EMPREGADOR PODE APLICÁ-LA?
A demissão por justa causa é a penalidade mais severa aplicada ao trabalhador no âmbito das relações de emprego, prevista no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ela ocorre quando o empregado comete uma falta grave que torna insustentável a continuidade do vínculo empregatício.
Sendo assim, neste artigo, vamos abordar as principais hipóteses de justa causa, os direitos do trabalhador nessa situação e os cuidados que o empregador deve ter ao aplicar essa penalidade.
1. O QUE É A JUSTA CAUSA?
A justa causa ocorre quando o empregado comete uma infração grave, violando deveres fundamentais do contrato de trabalho. Em contrapartida a demissão sem justa causa, nesta modalidade o empregador não precisa pagar algumas verbas rescisórias, como aviso prévio e multa do FGTS.
2. PRINCIPAIS MOTIVOS PARA JUSTA CAUSA (ART. 482 DA CLT)
Nesse sentido, a CLT prevê diversas hipóteses que justificam a demissão por justa causa. Veja algumas das mais comuns:
- Ato de improbidade – Quando o empregado age com desonestidade, como furto, fraude ou adulteração de documentos.
- Incontinência de conduta ou mau procedimento – Ações imorais, assédio ou comportamento inadequado no ambiente de trabalho.
- Negociação sem autorização – Quando o funcionário atua em concorrência com o empregador, sem autorização.
- Condenação criminal definitiva – Se o trabalhador for condenado e não houver possibilidade de recurso.
- Desídia no desempenho das funções – Falta de comprometimento e repetição de condutas negligentes.
- Embriaguez habitual ou em serviço – Quando o funcionário apresenta sinais de alcoolismo frequente ou aparece embriagado no trabalho.
- Violação de segredo da empresa – Quando há divulgação de informações sigilosas.
- Insubordinação ou indisciplina – Recusa grave em obedecer ordens legítimas do empregador.
- Abandono de emprego – Ausência injustificada por mais de 30 dias.
- Agressões físicas no ambiente de trabalho – Exceto quando há legítima defesa.
- Prática de jogos de azar – Se comprometer o desempenho no trabalho.
3. DIREITOS DO TRABALHADOR DEMITIDO POR JUSTA CAUSA
Em contrapartida a demissão sem justa causa, quando há justa causa, o empregado perde alguns direitos rescisórios. Logo, ele receberá apenas:
✔ Saldo de salário (dias trabalhados no mês da demissão)
✔ Férias vencidas + adicional de 1/3 (se houver)
⚠ Sendo assim, o trabalhador perde:
- Aviso prévio ❌
- 13º salário proporcional ❌
- Multa de 40% do FGTS ❌
- Saque do FGTS ❌
- Seguro-desemprego ❌
4. CUIDADOS QUE O EMPREGADOR DEVE TER
Sendo assim, para evitar questionamentos judiciais, a empresa deve adotar algumas precauções:
- Proporcionalidade – A penalidade deve ser compatível com a falta cometida.
- Imediatidade – A demissão deve ocorrer logo após a infração, sem demora excessiva.
- Prova documental – É essencial documentar a falta (testemunhas, e-mails, registros, etc.).
- Justificativa formal – A carta de demissão deve esclarecer o motivo da justa causa.
5. CONTESTAÇÃO DA JUSTA CAUSA PELO EMPREGADO
Contudo, caso o trabalhador entenda que foi injustamente demitido por justa causa, ele pode buscar assistência jurídica para contestar a decisão. Eventualmente, se a empresa não comprovar a falta grave, a penalidade poderá ser revertida na Justiça do Trabalho, convertendo a rescisão em demissão sem justa causa, com o pagamento das verbas rescisórias devidas.
CONCLUSÃO
Portanto, a justa causa é uma medida extrema, que deve ser aplicada com cautela e dentro dos critérios legais. Assim sendo, tanto empregadores quanto empregados devem conhecer seus direitos e deveres para evitar litígios trabalhistas.
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